2016/12/26

Dia 2346

As pessoas por quem me apaixono nunca são pessoas apaixonáveis - é uma espécie de lei. Porque de alguma forma eu sinto que essas pessoas precisam de amor e fogo, então eu as afago e queimo. Embora isso nem sempre seja aceito de bom grado, eu perdoo repetidamente e depois sigo em frente. Quando você cuida muito de alguma coisa e traz o calor e a vida de volta, essa coisa se torna mais especial. Você a salva. Não é um favor e nem carece de gratidão alguma. É como eu sei amar e pronto. Amo o que tem de mais quebrado no mundo. Às vezes dá na telha de consertar, quando é possível. Depois eu prossigo. Na minha. Meio exausto do trabalho manual e das pancadas todas e cortes. Do tipo “você não é fundamental aqui” ou “ninguém te pediu pra ser assim”. E eu sei. Mas é como eu sei ser, então sou. Não sento esperando um perdão ou uma validação por isso. Sigo meio calejada como qualquer outra pessoa. Amanhã ou depois passa e eu caio na lábia de amar de novo. Como se eu pudesse curar o mundo com a minha saliva ou algo assim.
Te amo. Só isso. Tudo isso. E é essa minha resposta quando você me pergunta por que eu ainda estou aqui. É simples, sem enrolação, sem respostas complexas e filosóficas: Só te amo. E te amar já basta. E te amar me revigora e me dá forças pra aguentar o resto. Mas a minha maior questão ainda não respondida é: E quando só o amor não for suficiente? 
Amigo, o amor vale a luta. 

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