2016/12/27

Dia 2347


Às vezes paro, relaxo e começo a escutar o silencio. Por muitas vezes ele me disse coisas incríveis, apaixonantes, invejáveis. Em seus dias de raiva ele preferia ficar calado, mas eu sempre o sentia. Alguns me julgavam como louco, mas mal sabe eles o bem que eu sentia ao conversar com meu coração. Você pode até achar estranho, mas tenta ficar 5 minutos em silencio, sem nenhum barulho, controla tua respiração e escuta o que teu coração tem pra te dizer. Não que ele vá dizer tudo o que tu precisa fazer, mas tu descobre o quão pequeno tu é, mediante a imensidão do que pode sentir. O coração meu caro, não é nada complicado, ele é simples, claro… Somos nós que nos afundamos naquilo que achamos que é melhor e não naquilo que o nosso coração grita pra sermos, e sabe para o que é? Para sermos felizes.
Desde o inicio da minha vida eu sabia como queria ser. As palavras me disseram isso. Eu fui criado onde via meus pais trabalharem duro com serviços simples do tipo que não ganha gratificação por não ser um Dr ou Dra. Minha mãe nos arrumava sempre pra ir para escola, queria que fossemos impecáveis e exemplares. Reparava em cada detalhe. Posso dizer que herdei os olhos dela. Sempre procurando, sempre olhando. Por isso hoje eu gosto de fotografia, eu acho. Muitos detalhes. Mas não foi só isso. Foi a música, a galera alternativa, a arquitetura da minha vida que mudou completamente. 
Começar a explorar o inexplorável. Encontrar a minha paixão. Eu queria ver o mundo subindo, ansiava para ver a estrada selvagem sob os meus pés. Isso fez com que eu vencesse alguns medos e temores. Ganhasse equilíbrio. Conhecer meus pés e mãos. Queria sair por ai, fogueira, contando histórias, cantando músicas. Tudo isso coloquei na minha mochila e a vagar por ai. De alguma forma isso me seduziu, dando-me uma direção a seguir, um propósito. Eu poderia ser qualquer coisa. Um barbeiro ou um garçom. Um artesão ou um fazendeiro. Mas sou escritor e brinco com as palavras. Há 25 anos venho fazendo isso. 
E então aconteceu, ela chegou. Minha musa, parceira de crime. Me senti apaixonado pela última vez e meus sonhos como se estivessem se realizando. Encontrei meu lugar. Meu lar. Mas agora, isso me assusta. O estilo de vida que uma vez me inspirou me tira de casa por longos períodos. Minha ohana, minha família... Tenho medo do que vou sentir falta. Dos sorrisos, dos choros. Eu não quero perder esses momentos. Eu penso sobre isso, tenho mais cinco ou seis verões. Então decidi transmitir aos meus mais próximos quem eu sou realmente.
Falar sobre respeitar nossos recursos naturais para que possamos apreciar a beleza deles um dia a mais. Para poder ver a beleza de todas as coisas e todas as cores. Sobre os detalhes da vida. Eu queria dar-lhes meus olhos. Encontrar a própria alma na música e se divertir. Podem cantar e dançar. E se podem dançar. Quando você dança, você comemora. Esta tudo conectado. Isso tudo nos ensina a expressar. Construir. E podemos construir qualquer coisa dentro de nós, com trabalho duro. Dedicação. Integridade. Código moral. 
Desde o momento que sai da casa da minha mãe para construir uma casa com a minha esposa, todas as sensações me levaram a sentir que algo não mudou. Algo ficou em mim através de tudo e que levo pela estrada. Um conforto, um disfarce, uma armadura. Isso é cheio de gargalhadas e risos gravados. Marcados de memória. Cada lágrima que faz com que eu viva sempre. Tudo que eu sou. E chegará um dia que vamos embora. Meus filhos ou meus netos vão saber que esse é o campo da batalha da minha vida onde levei todas as minhas memórias. E a vontade deles de saber que esse é o campo da minha vida.

2016/12/26

Dia 2346

As pessoas por quem me apaixono nunca são pessoas apaixonáveis - é uma espécie de lei. Porque de alguma forma eu sinto que essas pessoas precisam de amor e fogo, então eu as afago e queimo. Embora isso nem sempre seja aceito de bom grado, eu perdoo repetidamente e depois sigo em frente. Quando você cuida muito de alguma coisa e traz o calor e a vida de volta, essa coisa se torna mais especial. Você a salva. Não é um favor e nem carece de gratidão alguma. É como eu sei amar e pronto. Amo o que tem de mais quebrado no mundo. Às vezes dá na telha de consertar, quando é possível. Depois eu prossigo. Na minha. Meio exausto do trabalho manual e das pancadas todas e cortes. Do tipo “você não é fundamental aqui” ou “ninguém te pediu pra ser assim”. E eu sei. Mas é como eu sei ser, então sou. Não sento esperando um perdão ou uma validação por isso. Sigo meio calejada como qualquer outra pessoa. Amanhã ou depois passa e eu caio na lábia de amar de novo. Como se eu pudesse curar o mundo com a minha saliva ou algo assim.
Te amo. Só isso. Tudo isso. E é essa minha resposta quando você me pergunta por que eu ainda estou aqui. É simples, sem enrolação, sem respostas complexas e filosóficas: Só te amo. E te amar já basta. E te amar me revigora e me dá forças pra aguentar o resto. Mas a minha maior questão ainda não respondida é: E quando só o amor não for suficiente? 
Amigo, o amor vale a luta. 

Dia 2345

Então, é dia 25 de dezembro outra vez. As luzes, eu adoro as luzes de Natal. Ás vezes paro em frente as vitrines iluminadas a noite só pra ficar vendo elas piscarem. O vermelho e o azul intercalando com o branco. Eu gosto muito. Ano passado eu me sentei em uma cafeteria na Av. Paulista, dava pra ver o prédio do Bradesco enfeitado e mais longe um pouco o prédio da Gazeta. Tomava um expresso, muito bom por sinal. Mas o foda era a companhia. Não havia nenhuma para ver as luzes da cidade. E naquela noite a cidade parecia mais iluminada do que nunca.
Encontre alguém que veja as luzes da cidade com você. Assim, sem pressa. Sem compromisso. Apenas que aceite seu convite inesperado e que venha. Pessoas que apenas vão realmente é o que anda faltando por ai. Imagina que louco seria você fazer um convite pra deitar e ver estrelas e essa pessoa aceitar? Algumas pessoas esqueceram como é ter esse tipo de coisa, estão mais preocupadas com o horário do ônibus ou o valor do almoço. Mas é dia 25 de dezembro outra vez. 
E as luzes da cidade ficavam tão bonitas refletidas naqueles cabelos amarelos quase brancos. Era tudo quase uma poesia visual. Poderia eu lê-la a noite inteira. Claro, se ela estivesse lá. Não precisava nem dizer nada, apenas estar lá. A maioria das pessoas imagina que o importante, no diálogo, é a palavra. Engano, e repito: – o importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão.
Por fim, é dia 25 de dezembro outra vez. E quantos amores estão durando até hoje?

Dia 2344

Você sabe. Eles dizem que vai passar, e tudo que você consegue pensar é na sua dor e se eles têm coração para falar algo tão absurdo. Porque dói, porque sangra, porque não é algo que se restrinja à adolescência e a juventude, mas pode marcar toda a vida. Eles dizem que é pouco, o que você faz é fugir e se livrar dos julgamentos porque você não quer chorar, você não quer ser visto, você só deseja não sentir tanto. E o pior, você sente mais e eles não param de tentar consolar o inconsolável. Você sabe, ou apenas eu passei por isso?
Queria ser parágrafo resumido mas acabo sendo uma longa história. Ninguém chega nem na metade e acabo ficando ali empoeirando na prateleira com um marca páginas bem na parte decisiva. Quem vai saber que o desfecho que leva ao ponto final esta cruzando a página 122? Ninguém lê aquilo onde o livro que a contra-capa não diz algo interessante. Minha contra-capa é um resumo inútil das 25 páginas iniciais. Para saber na íntegra, cada linha diz um ponto principal e o final? Ah, o final é de matar. 
Acontece que não sou essa pessoa risonha que as pessoas costumam ver. Na verdade, gostaria que soubessem que quando dou risada, é quando mais preciso de um abraço. E eu ando sempre sorrindo nesses últimos meses.



2016/12/23

Dia 2343

Era mais uma daquelas cenas de bar onde o cheiro do Whisky era tão forte no ambiente que chegava a carregar o estomago. Aquelas mesas de madeira rústica, as prateleiras com garrafas de líquidos coloridos. Os quadros envelhecidos na parede. As luzes brancas e meio amareladas decorando o lugar. Chão de madeira rangendo com os passos das botas dos bêbados e solitários que ali entravam. Homens que vinham de todas as partes com várias histórias para contar. Alguns já vencidos pelo álcool no canto do salão principal. A minha barba por fazer e a roupa que... Bem, eu não lembro o dia que eu coloquei essa roupa.
As garotas eram bonitas e sensuais. Se movimentavam que parecia em câmera lenta. As roupas coladas e algumas com botas de couro até o joelho. Os perfumes eram suaves e só dava pra sentir o cheiro quando elas chegavam perto. Carolina Herrera, Gabriela Sabatini... Porque os melhores perfumes já tem nome de mulher? Boa parte dessas garotas só estavam ali pra curtir. Encontrar um cara descolado, dar uns amassos no canto do bar e contar para todas as amigas da mesa que ficou com ele. Algumas delas estavam atrás de uma foda carente, de uma noite só. Uma ou outra vinha e pedia meu cigarro. Colocava o meu na boca pra acender o dela e então deixava a marca de batom e o gosto dos lábios dela na minha próxima tragada. 
Você tira a camisinha e acha que a noite acabou. Você apaga o cigarro na calçada e acha que a noite acabou. Você da uma última golada na garrafa verde brilhante e ainda acha que a noite acabou. Mas quase sempre, nessa vida... A noite acaba. Na hora que você para o mundo começa a rodar. Você se sente enjoado. Parece que é o pior dia que você já teve, mas outros sequencialmente vem posteriormente. E ai fica a dúvida de qual foi o pior de todos eles. 
Ontem cedo eu acordei e tudo isso que acabei de falar foi um sonho que tive. Eu acordei porque tinha uma pequenininha cheirando a talco com menos de 5kg se mexendo no meu peito. Ela mexia os lábios ainda dormindo como se quisesse dizer algo. Quando acordei ela foi a primeira imagem que vi. Eu nem lembro como fomos parar ali, acho que foi ontem por volta das 2 da manhã que ela chorava de cólica. Não queria acordar a mamãe então fui para sala. Quando a cólica passou acabamos pegando no sono juntos. Mamãe ainda não acordou, precisava descansar. Nem sabe a aventura que tivemos até a cólica passar. Mas eu conto assim que ela acordar.
Com o passar dos anos vou ter que ensinar que não há monstros debaixo da cama. Vou ter que ensinar a amarrar os sapatos. Vou ter que ensinar o caminho de volta da escola. Vou ter que ensinar até a pedir desculpas para a mamãe quando ela estiver errada. Quando recebi a noticia á principio pensei "Uau, eu vou ser pai... Mas como se troca uma fralda?" Eu não sabia fazer isso e também não sabia a temperatura da mamadeira. Alguns dias liguei pra minha mãe. Alguns dias vi na internet. Alguns dias descobri sozinho mesmo. Ás vezes o choro é porque tem um dentinho nascendo e não é cólica ou fralda suja. Aprendi que é sempre bom ter um paninho perto na hora do arroto. Aprendi que quando ela olha pra mim é como se nada no mundo fosse ruim e eu estivesse sendo perdoado por cada erro só por estar ali, cuidando dela sem pedir nada em troca a ninguém. Mamãe também sabe como é isso.
Passei muito tempo da minha vida procurando um sentido que fizesse lógica a minha. Procurei nas pessoas uma companhia e nos meus relacionamentos uma direção. Não encontrei nenhum dos dois. Anos depois percebi que as coisas só vão acontecendo. Sem uma ordem lógica e explicativa que faça sentido de inicio. Você pode perder o primeiro ônibus do dia e nem imaginar que por isso acontecer você se livrou de um acidente na esquina da Av. Principal. E no meio dessa falta de lógica eu me encontrei. E encontrei ela também. Ela é algum tipo de salvadora. Acho que no fim, nós acabamos nos salvando um ao outro. No começo foi tipo "Então, agora estamos casados." Como fazer isso dar certo? Como fazer ela ficar? Como eu posso fazer ela se apaixonar por mim todos os dias?
Eu ainda não encontrei respostas para essas perguntas e só fui fazendo as coisas. Compramos um móvel novo para a sala essa semana. Ela fala que esta ficando velha. Eu não consigo mais dormir tão tarde. Ela me beija toda noite como se não pudesse dormir sem isso. Eu ainda beijo a mão dela toda vez que demoramos demais em alguma fila. Ás vezes a gente reveza pra ver quem vai trocar a fralda e ás vezes a gente vai junto. Todo dia é um novo dia e agora vou trabalhar com as calças sujas ou de talco de bebê ou de papinha de banana. Tem mais sorriso dentro de casa agora. Tem uma outra coisa acontecendo também mas que não sei explicar. É como tivesse um anjo junto com a gente e ele abraçasse cada um, nos confortando. Agora sou eu e elas. Estou feliz. Estou em paz.


2016/12/21

Dia 2342



Todo cara precisa de uma pequena. É verdade. Mesmo que ela não seja tão pequena assim, afinal eu mesmo não chego nem aos 1,70cm de altura. Ainda sim, precisamos de uma pequena. Ela pode ser marrentinha, teimosa e calçar 34 mas vai ser a minha pequena. Ela pode ter uma tatuagem nas costas, pintar as unhas com esmaltes esquisitos e usar calças de pijamas que ainda sim vai ser a minha pequena.
Encontre uma pequena que mude a sua história, que apague o seu passado e construa com você tudo aquilo que um dia você sonhou. Uma casa, desde que você esteja dentro dela. Dois ou três filhos, desde que essa pequena seja mãe deles. Um cachorro - ou gato, desde que ela queira cuidar dele também. Um casamento, desde que ela seja a noiva. E uma vida, desde que essa pequena seja a minha vida.
Pode ter alma de pipa avoada e enquanto dormia eu fazia amor com a lua, mas quando solta o cabelo fica linda e acordando fica mais linda ainda. A gente só lava a alma e vai. Espera que nada dê errado e que todo mundo fique feliz, sem efeitos colaterais. Mas quando você encontra uma pequena que vale a pena acaba vendo coisas que ninguém mais vê. Isso porque você é o cara de sorte. Algumas pessoas ligam muito para aparência e status, além de tudo aquilo que o outro alguém pode oferecer. É o famoso egoísmo mostrando o que podemos ganhar dentro de uma relação. De tudo, isso não é tão errado embora o jeito que isso soe pareça. Mas não é assim. Há um outro lado secreto que quase ninguém sabe, mas que é o lado mais real de todos.
Bem, quado você encontra uma pequena que vale a pena vai perceber que ela algumas vezes não vai ter tempo para passar maquiagem ou escovar os cabelos. Não vai ter tempo de incrementar bijuterias e ás vezes fala que nenhuma roupa serve. Vai perceber que alguns dias ela acorda mau humorada e que alguns dias ela nem dorme direito. Vai perceber que o nescau dela tem que ser bem forte assim como o abraço que você for dar. Como comentário pessoal meu lugar predileto é um vão que fica entre teu peito e teu braço, um lugar chamado abraço só pra constar. Pra falar a verdade te abraçaria do avesso só pra ver quão linda você é.
Mas o barato de você ter uma pequena é que ela sempre vai te alcançar com os pezinhos esticados para alcançar no seu pescoço pra te agarrar e mostrar que é você que cabe dentro dos braços dela. Que ela vai se esticar toda só pra te olhar nos olhos. Que ela vai pedir sua ajuda quando for pra pegar os pratos na prateleira do alto. Entre outras coisas, ela vai ser sua pequena pra sempre.

2016/12/08

Dia 2341



E pensar que aos 25 anos estaria tudo no lugar. É engraçado dizer isso porque, porque esta tudo uma bagunça. Aos 18 anos era pra eu ter começado a faculdade como a maioria na época. Era pra eu ter tirado minha carteira de motorista também. Era pra eu ter ido para balada na sexta e estendido no sábado a noite. Era pra eu ter aprendido o que era Happy Hour. Era pra eu ter dormido com várias mulheres nesses lugares. Era pra eu ter fumado mais baseado e tido mais porres de não saber o que aconteceu no dia anterior. Era pra eu ter jogado bola aos domingos de manhã e essas coisas. Mas não fiz nada disso. Na verdade, só vim descobrir algumas dessas coisas no fim dos meus 23 anos. Acontece que ninguém te da um manual de como a vida tem que ser vivida. Não existe um passo-a-passo pra você seguir então, eu só fui fazendo as coisas.
Fotografando alguns instantes fui fazendo a minha história. Fotografia pra mim sempre foi uma expressão de liberdade. Em um click pude mostrar ao mundo como posso ver a vida com meus próprios olhos. Os expectadores porém, admiram a beleza das cores, das formas, do horizonte ali gravados. Mas nunca, jamais saberão a emoção de que dentro de mim, aquele momento foi eternizado. E não falo de algo palpável como uma fotografia revelada. Falo de algo mais profundo como o negativo que nunca revelarei. A distância para o meu horizonte no entanto, alcanço no zoom da máquina e o distante acaba se tornando o logo ali. 
Hoje, hoje estou velho. Velho demais pra algumas coisas. Meu cabelo caiu, minha barba cresceu. Agora eu faço coisas como exames periódicos e tomar aspirinas para dor de cabeça. Estou noivo. É, eu noivei no domingo. Da pra acreditar? Eu! Com o passar dos anos vi pessoas que estudei casando, tendo filhos e eu ali parado no tempo vendo os dias passar. Alguns foram viajar para o exterior, fizeram cursos, se formando e eu ainda ali. Dai tive a brilhante ideia de fazer faculdade também. O meu diploma eu nem fui buscar ainda e já vai fazer um ano que me formei. Ganhei experiência, não posso dizer que não. Profissionalmente também. Ah é, por falar em profissional, trabalho e essas coisas eu ando fazendo orçamento pra quase tudo na vida. Planilhas também. Parece que quando a gente vai ficando mais velho nossa vida vai se baseando nas linhas das planilhas. Se cabe na coluna do meio, então da pra fazer. Mas o pior de tudo é ficar pensando sobre como isso não é exatamente o que você imaginou que você seria aos 23, 25 ou 30.
Reduza as suas expectativas e encontre conforto no fato de que você não está sozinho. Tudo bem que os trinta amigos que iam nos encontros agora estão reduzidos a o que? Uns cinco ou seis. E isso diminui ainda mais quando descobrem que você esta noivo e vai casar daqui á alguns meses. Por fim, só ficam as pessoas que de verdade gostam de você. E uma ou outra que consegue te aturar a principio. Compre mais aspirinas e tente não entrar em pânico se tudo começar a dar errado. Isso aconteceu quando você tinha 20 anos. Vai acontecer quando fizer 30 também. Encontre alguém para assistir ao fim do mundo. Não pode ser qualquer pessoa e quando encontra-la, coloque um anel dourado no dedo dela. Confesse seus sonhos e desejos a Deus, o que é bom há de vir até você. Abrace e perdoe, você vai se sentir bem depois disso. Apenas faça o que seu coração mandar, a vida é curta demais para desperdiçá-la sonhando sobre como você gostaria de ter a vida de outra pessoa. Viva sua vida e seja feliz dessa maneira. 

2016/12/05

Dia 2340

Esses últimos dias tenho pensado cada dia mais sobre quem eu sou e o que fiz para chegar até aqui.
Quando vamos chegando a certa idade bate mesmo aquela nostalgia que nos faz avaliar o que fizemos para chegar e nos tornar o que somos hoje, todos os erros, os meios acertos e os acertos, o que poderia ter mudado e o que não poderia ter mudado, nossas decisões revelam quem somos.
Vejo esses obstáculos como uma partida de boliche, a cada jogada o pino tenta manter-se em pé, dependendo da força do jogador o pino consegue se manter firme, assim também é na vida. A cada dificuldade tentamos manter a harmonia e firmeza, e logo vem mais uma “bola” tentar nos derrubar. Quando ela vem com força a queda é inevitável, mas quando a intensidade é mais leve fica mais fácil suportar o impacto, e assim segue durante toda a vida e em todo o lugar que passamos, na família, no trabalho, na escola, na faculdade, na VIDA.


É até engraçado, mas quando ficamos mais velhos pouca coisa tem tanto valor quando as coisas que temos quando somos mais jovens. É um tempo de ouvir aqueles que possam agregar valor, eliminar as pessoas negativas e as quais só nos querem por pra baixo (isso é o que mais temos ao nosso redor), e cada vez buscar na simplicidade das coisas algo bom e positivo, olhar a natureza e conseguir absorver dela o bem mais precioso: a paz. Poderia enumerar diversas coisas que tenho observado durante esses 30 anos, mais daria um livro, quem sabe não é uma boa ideia? Isso vamos ver com o tempo.
Enfim, o que você tem feito para desviar das bolas arremessadas no seu caminho?





2016/12/02

Dia 2339

Eu tinha encontros todos os finais de semana. Na verdade todo mundo pode ter isso. Para as garotas é só colocar um pouco de maquiagem e uma roupa legal. Sempre tem alguém querendo sair. Sempre tem alguém querendo passear e se divertir. Sempre tem alguém querendo uma noite e nada mais. Mas não era isso que eu procurava. Eu queria algo maior, maior do que eu mesmo. É muito fácil encontrar alguém que sente com você em uma mesa de bar pra te ouvir contar bobagens mas é muito difícil encontrar alguém que ouça o teu silêncio.
Algumas garotas eram interessantes. A morena tatuada de cabelo comprido, ela ainda tinha a inocência rara de uma mulher que começou a vida, os papos não eram nada fúteis. A ruiva gêmea ainda tinha sonhos de um cara perfeito que de longe, não era eu. Aquela roqueira do sul que tinha se fodido na vida mais que eu até, sentia de coração também mais que eu. A garota de aparelho, o vinho era bom demais e ainda quero voltar naquele bar quando ter música ao vivo. A magrinha de cabelo cacheado, me desculpe por aquilo, não foi legal eu sei. A garota dos livros e das cartas, sua risada alta daquele dia ainda consigo ouvi-la nas lembranças da minha cabeça. Aquela que lia Carlos D. e participava de rodas de poesia, eu tentei lê-lo também. A loira de lenço azul no pescoço, o boa noite era quase bom dia. Dei muita mancada com algumas mulheres por ai, entre outras que não preciso citar. Mas pior seria se eu as enganasse dizendo coisas que elas queriam ouvir apenas. Se eu desse sequência e lá na frente parasse com tudo. Me enganei em começar achando que ia rolar algo que fosse fantástico, mas sou assim mesmo. Eu arrisco e coloco minha vida no mundão. Jogo com a sorte. Coloco a cara a tapa, meio egoísta mesmo. Agora, finalmente aprendi e me desculpem por isso. 
Uma vírgula disso tudo é que sempre quis ter alguém pra compartilhar a felicidade, a tristeza, a vida... Errei, errei de novo. Continuei errando e quando quase desisti, agora parece que as coisas se acertaram. Então um conselho que posso dar é para ter calma. Algumas das melhores garotas que conheci se afobavam demais por estarem muito tempo sozinhas e acreditavam no primeiro idiota que aparecia. Para algumas garotas, eu fui esse idiota - eu sei. Vocês podem evitar esses erros, eles se tornam experiência na sua vida mas ainda sim, são erros que podem ser evitados. Sem pressa, o amor é calmaria. O amor meus caros, é mar constante e não brisa leve e passageira. 
Sou carregado de lembranças e o peso da vida nas minhas costas. Espero que minhas atitudes tenham passado algo de bom, enfim. Ou alguma coisa assim. O grande porém é que mesmo com tanta companhia por ai eu sempre me sentia sozinho. E não era culpa das outras pessoas que queriam me fazer companhia. O problema era eu. Sempre foi. Tenho por si só uma tristeza natural em mim. Não sei vocês, mas eu tenho. Acho que é coisa de escritor. Os poetas entendem. Inspira a gente e até gostamos em certos momentos. Ás vezes estamos lidando com o cotidiano e fingimos estar bem. Por vários motivos fazemos isso. Algumas vezes porque temos que lidar com a rotina e conviver com pessoas. Trabalho, faculdade, família. Mas do lado de dentro, o foda é o lado de dentro. Ninguém sabe o que tem aqui. Ás vezes, é escuro demais pra falar. Então a gente não fala.
Uma hora ou outra caímos na real, não da pra abraçar o mundo. Não da pra agradar todo mundo. Não da pra ser forte o tempo todo. Portanto, não seja cuzão. Seja gentil. Você nunca vai saber como esta sendo o dia da outra pessoa. Ou a vida. Eu vi as pessoas mais engraçadas chorarem semanas sem lágrimas. Eu vi as pessoas aparentemente mais felizes mergulharem em depressão sem nenhum feed de noticia do facebook receber alguma palavra sobre isso. Você conhece realmente quem esta do seu lado? Saberia dizer qual é a felicidade do seu amor? E você? Anda feliz? 
Então, senta aqui. Me deixa ouvir o teu silêncio?