2016/11/02

Dia 2330

Ela dorme, acorda, come, sai, dorme, acorda, sai... E parece que nada muda, tudo se mantém, fica estagnado, mudo, vazio, fundo.
Ela vaga em um caminho só dela, com os pensamentos só dela, tão complexo e confuso capaz de prender qualquer outra pessoa e a manter perdida também. Vê uma luz brilhante e forte no fundo do trajeto, mas o medo a interrompe de continuar, o medo a persegue, medo do desconhecido.
Ela sorri, aquele sorriso grande, mas por dentro está em cacos. Abraça e cuida, e mesmo dando o melhor dela para tantas pessoas ainda se mantem destruída, quando isso vai acabar? Qual a maneira mais rápida de manter a paz e a felicidade? Pois é, a mente de uma pessoa como ela faz com que a pessoa se mantenha presa em algo que acredita ser real. Até confuso entender isso, todos os acontecimentos voltados a ela, sendo bons ou ruins nunca são vistos da mesma maneira como realmente são. Ela procura, ela acha, mas no fim não parecer ser o que acreditava inicialmente, entenda, parece.
Ontem caminhei a seu lado, para tentar ajudar nessa última crise existencial que ela teve, e que não foi uma das mais fáceis e nem tão leve assim. Seus passos são longos e tristes, feição lacrada, impossível desvendar o que deve estar sentindo, os olhos brilham, as mãos procuram algo para descarregar o sentimento para se auto flagelar, corpo curvado como se houvesse um peso nas costas, como se carregasse o mundo inteiro e não estivesse dando mais conta de leva-lo. Ver essa imagem acaba deixando ainda mais confuso quem está observando, não é possível entender cada gesto, olhar que ela possa dar, só da a entender que há um vazio dentro dela, é palpável tal sentimento.
Ela dorme, acorda, come, sai, dorme, acorda, sai... E parece que nada muda, tudo se mantém, fica estagnado, mudo, vazio, fundo.
Ela tem tentado, realmente tem tentando.



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