2016/10/07

Dia 2325

Eu estou triste. E não é uma coisa passageira, é quase permanente. Como se de alguma forma fizesse parte de mim. Por um lado é bom, como todo escritor estar triste é inspirador. Mas por outro lado, essa tristeza me engole por inteiro. Principalmente a noite. O foda é quando chega a noite. Talvez seja a crise da meia idade, hoje em dia te atinge enquanto é jovem.
Fico pensando no que aconteceu e no que esta acontecendo. Mas não deveria me sentir assim, certo? Caramba, esse é o momento que sempre esperei na minha vida. Era a hora certa de dizer que realmente estava feliz. É o momento mais importante da minha vida, porque não consigo manter a serenidade e sorrir?
É complicado pra mim assumir um negócio desse. Que de verdade, preciso de ajuda. Que não consigo sair dessa sozinho. Sou orgulhoso demais e pedir ajuda não é do meu agrado. Então talvez eu não deveria me importar tanto, afinal ninguém se importa mais. É, quem sabe eu deveria permanecer em silêncio. Dizer que esta tudo bem e essas coisas que todo mundo diz. O problema é que sempre fiquei em silêncio e no fim o que eu ouvia era que não me importava. Mas eu me importava. Eu me importo. Me importo pra caralho. 
Algo em mim mudou de uns tempos pra cá. Certas situações me parecem o fim do mundo agora e outras eu nem sei mais. Cheguei a um ponto onde ando me questionando sobre os próximos passos. E principalmente, sobre o que eu deveria fazer á partir de agora. 
Certo dia eu andava no metro. Um cara passou do meu lado, apressado e correndo. Parecia um furacão levanto tudo pela frente. Quase jogou minha mochila no chão. Gritei "essa pressa toda é para ser feliz?". Ele nem ouviu. Entrou no vagão correndo, empurrando outras pessoas para dentro. É uma cena comum em São Paulo, principalmente às segundas-feiras. Pensei comigo "Tomara que ele esteja correndo assim para ir abraçar a mulher dele, ou o filho. Tomara que ele esteja correndo assim porque recebeu a noticia que o filho nasceu, quem sabe..."
Espero que esse cara esteja feliz e que sorria no fim do dia. Porque eu... Bom, eu estou sentado nesse sofá esperando o tempo passar e imaginando uma sequência de carros batendo um atrás do outro. Ou tentando sentir a sensação de cair de cima de 40 andares. E por fim, sentado na areia sozinho na praia ouvindo o som do mar me perguntando "Meu Deus, o que eu fiz de errado?". 


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