2016/04/21

Dia 2248


"Bem vindo, aqui não é o Brooklin" e eu só lembro de me acertarem bem no meio da cara. Isso me deu vontade de rir, o nariz sangrou mas não doía tanto. Me viram gargalhando e logo me deram outro. Esse já doeu mais que o primeiro. Pra ser bom é preciso sentir raiva da mediocridade e esses caras são tão pequenos. Medem o tamanho da coragem pelo tamanho do pau. 
Se você esta do lado dos mocinhos ou dos bandidos, que diferença faz quando você segura uma arma carregada? Disseram que eu não seria mais o mesmo quando eu terminasse. Disseram que eu nunca encontraria a paz até assumir quem realmente sou. Mas ninguém sabe quem eu sou, pra todos eu sou um zé ninguém. E para os poucos que me conhecem, sabem o estrago que da para ser feito com muitas idéias e poucos recursos. Nada que uma imaginação não levante mortos do túmulo. 
Eu sai uma vez, mas se eu mergulhar tanto quanto um dedo na lagoa o mundo explode. Ao invés disso posso encontrar uma mão que me puxe pra dentro de novo.
- É pessoal.
Não é o que me fizeram, é para quem fizeram. E aquele "ninguém" é o cara que estoura seus miolos trabalhando de novo. Vai precisar de todos os homens que tiver para me parar e mesmo assim as pessoas ficam me perguntando se eu voltei e sim, estou pensando em voltar. 
- Aham.
Enquanto socavam meu rosto de punhos serrados, eu ficava pensando o que faria depois com cada um. A arma na mesa, 6 balas, 6 mortes. Agora acredito nesse número. E os estilhaços de bala na parede, na mesa e os vidros estourados como a cabeça deles, me senti o próprio Da Vinci com sangue nas mãos. A força vem do meu espírito então acredito naqueles que me trazem paz. Cada um traz os monstros que consegue carregar querida.
- É pessoal, sempre foi pessoal.
"Fortes Fortuna Adiuvat"

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