2016/04/03

Dia 2234

Acho que conheci a última garota semi-inocente que existe. Ela gosta de vinho barato e Legião Urbana. Por coincidência eu também. Se ela falasse sobre as leis marciais de Quantanamo ou cantasse Faroeste Caboclo, eu não acharia chato. Poderia ouvi-la falar por horas sobre o sistema Judiciário ou sobre o cachorro dela. Tão gostoso quando você conversa com a pessoa e os assuntos surgem, a conversa flui e não tem aquele vácuo que tem quando conversamos com pessoas normais, não é? Você fala algo engraçado e a pessoa já emenda com algo mais engraçado ainda que, pra fechar com chave de ouro, tem tudo a ver com o que você disse antes. Se isso não é algo que realmente combina, eu não sei o que é.
E no meio da conversa um beijo. 
Muitos caras pagam as contas, insistem em levar a garota pra sair para que no fim da noite algum sexo aconteça. Eu sou homem também. Gosto de sexo também. Mas naquela noite, eu só queria levá-la para casa e ficar deixando ela pensar no dia que tivemos. Só que ela insiste em bater o pé que não precisa disso. Faz cara de brava, eu acho graça. 
Ontem foi engraçado porque eu não sou o tipo de pessoa que as pessoas querem conhecer. Mas a mão dela dentro da minha enquanto estávamos sentados, aquele era o melhor carinho do mundo. E eu quis descobrir coisas daquela garota, como qual era seu maior medo e sua maior felicidade. Quis descobrir as tatuagens secretas dela, ou como ela reage quando esta muito alegre. Mas quem é a branquinha de cabelo escuro? Não sei. Mas ela me descobriu. Disse que eu tinha um coração que se esconde atrás da barba e essa cara de mau. Quem sabe ela tenha razão.
Então me abraça forte, e diz mais uma vez que estamos longe... ♫

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