2016/03/28

Dia 2229

Não tem outro jeito, não há outras palavras para descrever. Mas enfim, eu tenho que dizer... Eu dormi com ela. E teu corpo era toda poesia garota.
Nem lembro que dia era, mas lembro da mensagem no meio do expediente pedindo pra eu ir na casa dela. Estaria sozinha, sem visitas inesperadas. Ao terminar de ler a mensagem só conseguia imaginar o cheiro da pele dela. Ela estaria com aquele frescor de banho recém-tomado, com algum hidratante espalhado nos braços e pernas. Totalmente depilada e com sorriso mais safado no rosto. "Entre sem bater" era o que dizia a última mensagem. 
Eu abri a porta, a cama no quarto rangeu de leve. Que ingênua, já delatou onde estava. Acabou a surpresa. Ou não... A casa inteira apagada e a única luz vinha do quarto. Fui andando devagar, como se fosse um ladrão prestes a cometer um assalto. E finalmente, o quarto. A luz branca do abajur refletiu a pele branca dela. Aquele babydoll que não duraria muito em cima do corpo semi nu na minha frente. Ela abriu as pernas e disse brincando "daddy's home". e riu, com aquele sorriso de canto de boca mais malicioso que um conto erótico. Virou os olhos e se tocou. E quando fui pra cima feito um bicho salivando ela logo me parou "NÃO! [...] primeiro eu quero que você olhe."

Não sabia por quanto tempo iria aguentar ficar observando aquele corpo lindo usando aquela lingerie que notava-se ser a primeira vez que usava. E o cheiro dela, cara, o cheiro dela... Foi então que jogou o cabelo de lado pelo ombro, escorregando os longos fios pelas costas e cobrindo o travesseiro. Deitada de bruços e aquela peça transparente enganando uma vestimenta por cima que estava me deixando louco. E nessa hora, ela se inclina pra trás, se empinando e virando o rosto pra mim "O que?" como se fosse a posição mais natural do mundo e uma indagação super inocente. Só que ela sabia o que estava despertando. Ela sabia exatamente o que estava provocando. 
Minha mão nua encostou na pele nua dela a noite in-tei-ra. Ela sentiu cada parte do corpo dela ser explorada pelo meu. E eu não só entrei nela e gozei e a fiz gozar. Fizemos uma promessa ali, sem uma palavra mas ainda sim uma promessa. Porque afinal é isso que seu corpo faz quando dorme com outro alguém que ama. Uma promessa secreta que aquele espaço vai ser sempre seu. E sempre dela. E sempre haverá um "nós" aqui.
Ela era diferente sabe? Tinha um jeito manso de ser, que acalmava o meu jeito tempestade. E depois de tudo, quando a euforia passava e ela fazia meu peito de morada... Era sempre a melhor parte da vida. Ali, era a minha paz. 

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