2016/02/27

Dia 2207

Depois de andar o dia todo, de um lado para o outro. Finalmente escurece. É hora de sentar em uma cadeira na rua em qualquer bar que tenha gente reunida. Grupos de amigos de um lado, alguns casais e nós. Um brinde de garrafas geladas, merecido. Eu pego um cigarro, ela da uma tragada. O batom dela fica marcado na ponta. Acho graça, é como se estivesse beijando aqueles lábios.
Falo coisas bobas, trocadilhos e piadas sem graça e mesmo assim ela ri pra mim. Aquele sorriso largo de bochechas rosadas. Sabe aquela vontade de interromper um sorriso com um beijo? Então! Dou a desculpa que o lugar esta ruim, pego a cadeira de madeira e coloco mais perto dela. Sei lá, parece que ela ficou apreensiva e ansiosa. É bonito vê-la sem graça, se questionando se eu estou achando ela boba demais, se esta fazendo certo e esse tipo de coisa. 
"Alguém bebeu minha cerveja, ela tava inteira agora pouco", e ela ri. Pedimos mais um par de garrafas. E outro. Quando vejo que a última rodada já esta boa porque a garrafa já tem dois dedos de cerveja quente e são mais de 00:00AM digo que é hora de ir. Ela concorda e se levanta antes que eu. 
Nosso hotel não fica longe, acabamos indo a pé. Conversando e rindo. Jurei que ela ia tropeçar na calçada ou algo assim mas quem tropeçou fui eu. Acabei pegando ela pra me segurar e inventei uma dança pra disfarçar. Ela caiu na risada. É o melhor som que ouço a anos. Mas no caminho começo a ficar nervoso, ansioso, não sei definir. Faltam duas quadras pra chegarmos e sinto que minha mão esta suando. A dela não esta diferente. 
A chave roda na porta, ouve-se a tranca destravando. Ela entra e liga o abajur do lado da cama, uma luz baixa. As malas estão ainda no pé da cama. Há toalhas limpas e sabonetes em cima da cama com aqueles plásticos descartáveis. O olho fita aquele quarto rapidamente em um zoom, as cadeiras e a mesinha, a porta do banheiro, uma luminária na parede, ela sentada de um dos lados da cama, o telefone e um quadro. Vi ela se levantando e tirando as botas. Cheguei perto e a peguei pelo braço, virando-a contra a parede e chegando bem perto com meu rosto no dela. Sentia o gosto de cerveja, cigarro e tesão naquela boca. Ela tinha o corpo quente que esquentou o meu. Começou assim...

Nenhum comentário: