2016/01/14

Dia 2186

Atravessamos o presente de olhos vendados, mal podemos pressentir ou adivinhar aquilo que estamos vivendo. Só mais tarde, quando a venda é retirada e examinamos o passado, percebemos o que foi vivido, compreendendo o sentido do que se passou.
- Você ainda tem as chaves?
- Sim, sempre me lembro do que você me disse sobre nunca jogá-las fora, sobre nunca fechar as portas para sempre.
- Ás vezes, mesmo quando se têm as chaves, essas portas não podem ser abertas. E, mesmo que a porta seja aberta, a pessoa que procura talvez não esteja mais lá. E um dia, a porta bateu e o sonho acabou.
E então ela se foi. O café ficou amargo, o cheiro das flores desapareceu e o cantar dos pássaros se silenciou. A vida, enfim, perdeu a graça.


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