2015/05/17

Dia 2095


Bem, essa é minha mulher e eu queria guardá-la em um saquinho. Mesmo sabendo que isso é errado eu queria. Ou um potinho, se ficar mais poético. Mas antes de me julgarem, deixe-me explicar:
Ela é do tipo de garota linda. Mas linda mesmo. Eu tenho ciência de que cada mulher independentemente tem sua beleza natural florescida e detalhes fazem a diferenciação aparecer no gosto masculino também independente. Mas é que ela é linda mesmo, do tipo mulherão. Tem corpo de mulher, tem rosto de mulher mas tem olhos de menina. Ela é do tipo de garota que chama atenção na balada e pra melhorar ela adora usar as famosas roupas curtas. Não posso negar ao dizer que realmente ela fica linda usando aquilo, mas fica provocante também. Já eu, nunca fui de ficar secando as mulheres de roupas curtas por ai. É que eu sempre fui da lógica de que não faria sentido ficar secando a mulher de outro cara - ou a que estivesse sozinha no bar - se no final eu não obtivesse alguma vantagem nisso. Eu não vou chegar junto daquela garota, não vou levar ela pra casa e no fim não vou me casar com ela daqui á alguns anos. Pode ser uma garota bonita ou não, usando um vestido abaixo do joelho ou acima, não interessa. Não é minha mulher, não faço questão de ficar admirando ao longe da mesa da direita. Mas, voltando para a minha mulher, droga. Ela é minha mulher e eu posso olhar para aquele par de pernas grossas e torneadas o quanto eu quiser. Eu posso secar aquela bunda com os olhos até ela perder dois números do manequim se eu quiser. Eu vou apertar aquela bunda toda vez que ela estiver passando por mim na sala de estar e vou fazer massagem naquelas panturrilhas cansadas toda sexta-feira, porque não me dar ao luxo de olhar o quanto eu quiser quando ela estiver usando aquele short djeans curto que eu odeio?
A realidade é que da um trabalho danado cuidar de mulher bonita assim. Do tipo que tem cabelão loiro estilo platinado e usa Ray ban. Do tipo que usa perfume Carolina Herrera e afins. E mesmo ela sendo tão família com quase todos os finais de semana tendo que visitar parentes, quando é pra sair pra outro lugar quase sempre eu tenho que tomar conta. Pegar busão sem chance, tenho que comprar um carro. Como um guarda-costas, um cão-de-guarda ou coisas assim. Olhar de volta quando passamos para encarar aquele engraçadinho que decidiu torcer o pescoço pra olhar pra trás. Por a mão sobre o ombro dela ou em volta da cintura pra mostrar que ela ta comigo. Ou então perguntar "algum problema aqui?" quando eu volto de pegar a comida na praça de alimentação e ela ficou me esperando sentada dando tempo de outro otário aparecer e achar que ela queria papo. Vê como não posso bobear? 
Não quero prender nem sufocar. Não vou cobrar dela algo que sei que ela não tem culpa. Mas ela é linda demais, já disse? E eu lá não sou nenhum modelo então... Tenho que tomar cuidado. 
Como disse lá em cima, eu queria sim guardar ela num saquinho. Mas não posso fazer isso. Ela é linda demais pra ficar presa dessa forma. Ela tem que ficar livre, totalmente. E eu deixo ela dessa forma. Ainda olhando feio para os outros caras e ainda abraçando ela na fila do cinema, mas ainda sim... Livre. Tenho que deixar ela livre pra saber que eu á vejo linda e que isso independente do tempo que passe vou sempre vê-la dessa mesma forma. 

E essa liberdade que eu a deixo é justamente pra ela reconhecer que eu e apenas eu sei cada detalhezinho e cada pedacinho do corpo dela. Que eu fui o primeiro a reparar na pinta que só ela sabia da existência. Deixo ela livre pra saber que quando ela quiser ficar presa no meu abraço, estou aqui de braços abertos. 
Mas tenho que dizer, ela é linda demais nas fotos em frente ao espelho, pessoalmente e do lado de dentro.

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