2015/01/14

Dia 2036

Toda vez que você ver por ai algo escrito e logo abaixo "Autor Desconhecido" lembre-se de mim. Sabe porque? Bom, eu sou esse cara!
Você sabe o que é ser um "Autor Desconhecido"? Eu falo. Ser um "Autor Desconhecido" é ser simplesmente aquele cara que diz tudo o que todo mundo espera e quer ouvir. Aquelas verdades expostas nos rostos de todos mas que ninguém levanta a voz pra se pronunciar. Alias, ninguém se pronuncia por nada hoje em dia. Aquela coisinha que todo mundo diz que já leu em algum lugar. O slogan decorado na cabeça. Sim, esse sou eu.
Eu posso ser seu vizinho, seu colega de classe da 5° série, o cara que você esbarrou no supermercado. Aquele que quando você cruzar comigo vai pensar "porra, é o cara que vi na internet!" e eu vou rir pra você pensando "já sei onde nos encontramos antes".
Vou continuar falando. Talvez não seja absolutamente a sua verdade, mas a minha. Aquilo que acho e penso, sinto e quero, desejo e almejo. Fruto da minha imaginação e vivência. Aquele sonho lúcido cobiçado no meu mais intimo.
Somos todos Romeu em crise, sabe como é. Você ler aqui e gostar faz conhecer um pouco de mim. Perceber como você gostou faz conhecer um pouco mais sobre você. Então muito prazer talvez eu nunca vá te ver, almoçar com você, saber o pesadelo que te fez ficar acordada na noite passada ou saber quem quebrou o seu lindo coração... Mas quero que saiba que adoro o fato de você existir. E que você é importante, jamais esqueça isso.
“Quantas vezes você partiu seu próprio coração?” qualquer dia desses eu posso me perguntar e você absorver essa pergunta como se as palavras escorregassem da sua boca. A sua história comove a minha vontade de popular telas em branco. As suas lágrimas soam como músicas ao meu ouvido. Meu eu é egoísta demais para abrigar amores que não me pertencem. E de fato o seu, a sua história me prendeu. Por isso seu romance é livro na minha estante. E essa minha tristeza, a única coisa na cabeceira.
Sei que ao fim desse paragrafo vocês irão me julgar, mas eu não ligo. Não ligo mesmo. Meu café esfriando me deixa chateado, pessoas não mais. Mas, pensando bem… Essa sensação não é incrível? No meu caso, sempre que vejo um avião, imagino: de onde será que ele vem? Pra onde será que ele vai? Quantas pessoas já passaram pela sua história? O que já viveu? Aonde será que gosta de ir? Quantos beijos já trocou com as nuvens? Quantas turbulências enfrentou para chegar ao seu destino? Quantas histórias compõem sua história? Enfim, imaginei tudo isso quando meus olhos cruzaram os seus. É, na minha definição você é um avião. Talvez eu voe. Mas no escuro, prefiro fechar os olhos ao ver o horizonte sumir na minha frente e sem garantia nenhuma de que vou por os pés no chão de novo.
Sei que em algum lugar ela lê tudo que eu quero dizer.
E foi ai que ela se apaixonou pelo escritor que ninguém conhecia.
Fim.

Um comentário:

K. disse...

''E foi aí que ela se apaixonou pelo escritor... ''