2014/11/07

Dia 1987

Eu tropecei e cai dentro dela, foi um descuido, talvez falta de amor-próprio, uma desatenção. Fico repetindo pra mim mesmo porque não dei ouvidos aos meus instintos. Sou um pouco assim, meio mistico quando se trata da entrega, da coragem que é preciso para amar. Eu rodava por uma highway desconhecida e me embriagava com a trilha sonora do Pink Floyd. Esticava o braço pra fora da janela com vontade de voar. Maldita pretensão. Seguia sem saber que o amor que me movia era o mesmo que te prendia ao chão. 
Eu quase morri. Amor, eu quase morri. Foi um quase muito grande. Deveria ser proibido se jogar no abismo que é amar, e não ter ninguém para lhe colocar asas. Mas apesar de todos os apesares, de todas as suas esquisitices, da secretária eletrônica falando que você não estava, da porta batendo na minha cara e só ficando os ecos dos teus passos pela escada, eu to aqui! Porque foi só um quase, amor. E um quase não mata.

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