2014/08/10

Dia 1938

Da janela lateral, do quarto de dormir...
Eu vejo ela, vejo meu copo, vejo o celular. Vejo meu desodorante, meus filmes do Tarantino. Vejo o sutiã dela na cadeira, a tatuagem na costela e o troco do estacionamento. Eu vejo o RG saindo da carteira junto com algumas notas de 20 paus. 
Da janela lateral, do quarto de dormir...
Vejo o relógio, marca 2 da tarde. Meu cinto jogado por ali, por aqui em qualquer lugar. Um livro aberto com qualquer história e o cd do Aerosmith de 94'.
Da janela lateral, do quarto de dormir...
Eu vejo a minha vida. Vejo os outros também. Os outros vão e vem na nossa vida, assim como as ondas vão e vem pro mar. Elas vem e se desfazem, assim como as pessoas que somem da nossa vida. Mas no mar quanto mais profundo, mais solitário, mais quieto e mais silencioso é a paz. Tem que ser imenso pra saber ser sozinho. E eu gosto de ser imensidão do lado de dentro, porque do lado de fora gosto da minha pequenez. Gosto da minha pequenez ao lado da minha vida.
Da janela lateral, do quarto de dormir...
Eu vejo a chuva cair, a luz entrar e a brisa bater. Vejo minha imaginação me levar pra longe daqui em uma praia e há coqueiros gigantes. Eu sinto o cheiro do café e sei onde estou.
Da janela lateral, do quarto de dormir... Eu vi minha vida mudar.

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