2014/03/18

Dia 1793

Ela disse que o mundo era meu, eu sorri, totalmente sem jeito, jogando desleixadamente as minhas pernas em cima das dela. Talvez eu pudesse morar ali e observar cotidianamente o meu conjunto preferido de verbalizações enquanto ela abria e fechava a boca sagazmente entendida de todos os assuntos desse mundo. Mas, eu só conseguia exibir os dentes, em uma curva concava e desajeitada. Fico pensando se o mundo gira sempre assim por onde ela anda nessa órbita exorbitante e abraçável. De quem carrega uma percepção de mundo numa suavidade voraz e intensa. Eu giraria junto com ela compasso por descompasso e faria canções sobre a natureza, a simplicidade e os passaros todas as vezes que ela perdesse a vontade de sorrir.

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