2014/03/12

Dia 1783

Essa é a parte que sentimos cheiro de fumaça. E ouvimos os sons. E sentimos as coisas também. Essa é a parte onde os sinos dobram e a gente sente a canção. 
Eu vi fogo, eu vi uma faísca. Estava apenas eu desolado por apenas não ver mais um céu bonito. Sentado em cima de uma pedra questionando o pedaço de vida que meus caminhos levaram. 
Tinha eu, ficado sério demais com um coração amargurado impossivel de sentir a morte imagine então sentir a vida. Sem espaços pra deixar nenhum horizonte me cortar de novo. 
Isso é o que eu acredito: Que eu sou eu. Que a minha alma é uma floresta escura. Que meu auto conhecimento nunca será mais do que uma pequena clareira na floresta. Que deuses, deuses estranhos, saem da floresta para a clareira do meu auto conhecimento, e depois voltam. Que eu preciso ter a coragem de deixá-los ir e vir. Que eu nunca deixarei a humanidade colocar qualquer coisa sobre mim, mas que eu vou tentar sempre reconhecer e submeter-me aos deuses em mim e os deuses em outros homens e mulheres. Aí está meu credo.
Mas, por mais que eu me torne um guerreiro hostil sempre vai haver alguém que te recupera da floresta escura. Que te mostra um campo verde entre as rochas. Alguém meio fada, meio duende. Que te mostra como sentir algo de outro mundo, meio mistico e incrivel. E ai você sente o céu cair mas pra abraçar vocês dois. 
Você se vê empanturrado de boa comida, sentado na pedra pensando no pedaço da sua vida mas agora sente o coração quente, como fogo dentro das montanhas. 
Muito longe pra chamar de casa, muito perto pra chamar de lar.

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