2013/09/06

Dia 1591

Uma vez conheci uma garota diferente. A gente passou pouco tempo junto, você sabe... Eu e meu jeito de afastar todo mundo. Mas ela era legal, eu gostava dela. Uma vez ela me chamou pra ir na casa dela. E ok, não trepamos. Não trepamos mesmo. A gente sabe o que significa quando uma garota te chama pra ir a casa dela quando ela esta sozinha. Eu sei, você sabe, ela sabia... Mas não rolou. Ninguém quis. Eu fiquei la um pouco com ela, vendo as estantes cheias de filmes e cd's. Aquelas prateleiras cheio de historias. Ela me mostrou onde ela dormia, um sofá-cama cheio de enfeites em cima. Ursinhos e tudo mais. Aquela casa tinha um ar tão old, uma harmonia tão gostosa. Nunca encontrei uma outra casa como aquela. E uma outra companhia como a dela. 
Nem lembro como a gente começou a se falar, lembro dela ir me ver quando fui fazer meu segundo desenho na pele. Foi bem rapido e quando ela desceu as escadas eu só queria pedir pra ela ficar um pouco mais. Depois disso levei ela pra ir ver as águas que cantam. A gente fico ali de bobeira sabe, sentados num banco em volta do lago conversando sobre partes da vida. Ta ai uma coisa que sempre amei fazer: Jogar conversa fora. Sabe? Sem se preocupar com nada, sobre que horas são ou se tem louça pra lavar. Se vão te chamar. Só conversar e prestar atenção no que o outro esta dizendo. E ela ficou assim comigo sabe. Eu nunca vou esquecer. Dai depois fui levar ela em casa, a gente foi conversando o caminho todo. Quando chegamos em frente o predio onde ela morava, a gente parou. E agora? O que eu faço? Não sei fazer mesmo essas coisas. Ela enrolou pra subir as escadas, ainda estava na calçada comigo. E o pé dela, sim, o pé dela tinha um tique nervoso naquela hora. Eu olhei pra cima, era um predio de uns 10 andares, ela morava num dos mais altos. Bom, eu olhei pra ela, cheguei perto mas devagar. Segurei ela pela cintura e me aproximei mais, ela cedeu, fechou os olhos e nos beijamos ali, na frente do predio dela. Foi um dos melhores beijos que eu ja ganhei. Tinha carinho sabe? A gente se afastou, ela sorriu pra mim sem graça. Eu ainda segurava a mão dela. Ela agora subiu as escadas, disse pra eu ter cuidado pra voltar. Eu achei graça. Ela vestia um djeans normal e uma camiseta qualquer. Eu usava minhas botas surradas, sempre minhas botas surradas e cheias de historias. 
Depois dali ouvi mais Guns n' Roses por causa dela. Ficava parado lembrando ela desenhando em cima da minha tatuagem com a ponta dos seus dedos. Da risada bonitinha que ela tinha. Da noite que passamos juntos naquele bar, ouvindo Strokes e conversando enquanto a gente se beijava. Daquele Sol que ela me mostrou e nunca vou esquecer. Da sua saia grande e roxa ficando bonito no verde da grama. 
É uma pena, acontece sempre. As coisas vão sumindo, como punhado de areia que cai entre os dedos. Ainda hoje, penso: Onde esta aquela garota, que devorava livros, vivia histórias e queria só ser feliz?

Um comentário:

Anônimo disse...

a saia era rosa, poxa.