2013/06/22

Dia 1542

E depois que você foi embora eu percebi, tudo era tão chato. Acordar, lavar o rosto, café, cigarro, abotoar a camisa, ultima olhada no espelho, trabalho. A manha toda. Almoço. A tarde toda. 18hs. Caminho sem graça de volta. Algumas horas vagas. Microondas. Prato e garfo. Cerveja. Banho. E no dia seguinte tudo de novo. E no amanha proximo também. Tudo tão... Chato.
A droga de uma rotina ridicula.
Porque eu penso em você o tempo todo. Não tem outra forma, outro lugar, outras pessoas que me façam querer outro você. Eu ainda lembro do tique você tinha no sorriso, dos pelinhos do seu braço que arrepiavam quando eu falava perto do seu pescoço. Eu lembro do jeito que você andava e como adorava arrumar seu cabelo. De quando você ria de piadas inteligentes que contavam nas plateias da tv. Lembro perfeitamente de como você se movia quando ia gozar naquelas, naquelas nossas noites. Eu lembro de como você gostava de um som novo, que ninguem tinha ouvido ainda e que a letra falava sobre coisas do coração. E quando a gente se abraçava, você não me apertava porque esperava que eu apertasse você primeiro contra o peito. Quando você me servia o café. De como seu pé ficava quentinho com o meu encostado. 
Você consegue entender o que eu quero dizer?
Esse garoto e essa garota se gostam muito mas não estão destinados a ficar juntos. Eles vão ir, eles vão voltar. Mas não são uma linda história de amor.
Então ele anda sozinho, ele anda sozinho.

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