"Aguarde um minuto por favor..."
Um minuto é muito tempo para mim. Não pelo sentido mesmo de ser apenas 60 segundos, mas pela lógica. Sabe quantos minutos eu ja perdi na vida? Um montão deles. Que não voltam. Que não vou conseguir recuperar. Que já passaram e daqui a algum tempo nem vou me lembrar mais deles. Mas tenho um espaço dentro de mim que diz que eles aconteceram e que se foram.
Aquela historia que eu contei sobre pessoas que ficam e que vem e que vão. São como meus minutos.
Eu, aqui dentro desse vagão de metro vejo meus minutos se esvaiarem. A minha doença que toma conta. A cada estação. A cada pessoa que entra e que sai. Pela senhora que come um salgado. Pelo gordinho que observa as luzes passarem pela janela. Pela estudante que segura a bolsa e pensa na aula de hoje com seus fones de ouvido. Pelo cara do escritorio que veste Armany. Pela dona de casa que volta de ir ver o filho. Fico tentando imaginar o que tem na cabeça de cada um agora. Será que alguém se importa com o que tem na minha? Tanto faz.
Alguns estão preparados para tudo no dia, levam até o guarda chuva na bolsa. E já eu não, me molho esperando encontrar a minha resposta em algum minuto perdido em qualquer relógio por ai.
Que que eles vão saber sobre o tempo ou a falta de tempo? Quem me vende um minuto?
Eu usava uma bota velha cheia de histórias debaixo dela. Fácil, fácil cada historia passou rapido demais e tudo ficou preto de novo enquanto eu caia em um minuto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário