2012/11/25

Dia 1371

E o demonio pegou a gente de surpresa, dando tiros pro alto e comemorando a felicidade. Perguntaram da utopia e da crença. Questionaram nossa fé em nós mesmos. A estrada parecia o inferno de tão quente. Quase não conseguiamos ficar dentro do carro. Viamos o asfalto queimar de longe. E eu não tive problema nenhum com isso.
A verdade é que quando eu fui embora ninguém nunca pediu pra eu ficar. De todas as mesas dos bares que eu fiquei nunca ouvi uma historia descente. De todos os pulgueiros que dormi, nenhum me trouxe conforto. E nenhuma trepada me trouxe amor.
Eu poderia voltar atras, pedir desculpas para todas as pessoas e tentar amenizar toda essa porra. Mas não. Houve o tempo em que eu voltava atrás das palavras. E é só você mudar a ordem vigente de como você pensa que as pessoas passam a te reprovar. É aquele senso onde as pessoas estão muito acomodadas com o seu jeito. Tire uma faisca que você causa um incendio enorme. Sabe o que acontece depois? Você se encontra na estrada, queimando borracha por ai. Não por que foge, mas por que cansou dessa merda toda. E aqui é a selva parceiro, ou você mata ou você morre.
Toda patricinha adora um bad boy. Todo cara fudido fica rancoroso. Toda mulher traida fica arrependida. Amizade tem limite de duração. A batida da boate vai durar pra sempre. Vai sempre ter neguinho se drogando nas esquinas. Essa porra toda não muda. Nunca muda.
Hoje você joga poquer com um cara, amanhã ele ja morreu. Hoje você atravessa a rua com tranquilidade e amanhã já tem duzias de problemas entre um quarteirão e outro. A cabeça pesa, o mundo gira. Você se injeta ou enche a cama de transa. E acaba sendo tudo aquilo que todo mundo esperava, um fracassado. Mas que cara estranho é esse que aparece no reflexo do espelho.
E o demonio nos deu a mão, festejou com a gente.

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