2012/09/03

Dia 1229

Não é crime quando ela quer tanto quanto eu.
Eu vou beijando cada pedaço ao alcance dos meus lábios, inspirado, pode ser a última vez. As coxas, a virilha, o umbigo, os seios, as costelas, a boca. A boca. Principalmente a boca. Como se eu quisesse imprimir à tinta as digitais dos meus lábios nos dela, para que ela nunca mais pudesse negar que eu estive por ali
– Anda, para com isso – ela diz, mas não resiste, não esperneia, não empurra, não desengata. Apenas se contorce, geme, amolece, ofega.
Mas tem alguma coisa nos seus olhos que me chamam a atenção. Ela quer. Parece que sempre quis. Não faz o tipo que vai á praia mas não quer molhar os pés. Ela quer sentir por completo. Quer saber como é.
Me morde e me arranha, segura o lençol... Olha pra mim como se estivesse lendo os maiores desejos da minha alma. E a gente fica assim, se olhando enquanto procuramos no vácuo de nossas respirações um pouco mais de ar pra continuar o que começamos.
Depois, com pequenos beijos e mordiscadas virando e revirando seu corpo, virando e revirando seus olhos, convenço que os maiores amores se acertam, quando a loucura e a entrega vencem a resistência e o medo de alguma forma.
Pela manhã, vejo você vestida apenas com a minha camisa do meu lado na cama. Não havia cena mais bonita que eu pudesse presenciar.
São Paulo, algum dia de setembro. 16° graus. O jornal esta sobre a mesa.

Nenhum comentário: