2012/07/10

Dia 1110

Eles duvidaram de mim.
Então peguei minha mochila, enchi de coisas e parti por ai. Parti pro nada em meio a tudo. Me larguei no mundo. Tirei os vinculos, desprendi as cordas, larguei as minhas correntes que me prendiam a qualquer coisa, a tudo isso. O que te impede de ir? A ficar nessa rotina, nessa repetição... Nessa igualdade de dias que só se passam. Sem conhecer novos lugares, novas pessoas, novos pontos de vista sobre esse mundo que chamamos de nosso sem ao menos conhecer um bom pedaço dele.
Eu andei bastante, fiquei sem dinheiro, senti bastante frio e tive vontade de voltar. Permaneci sentado por horas olhando o horizonte e procurando meu lugar. Tentei organizar uma metafora sobre tudo isso. Poderia até escrever um livro.
Vi muita coisa, conheci muitas pessoas. Todo tipo de pessoas na verdade. O tempo passou, eu cortei as unhas, fiz a barba, o cabelo cresceu... E o som das margens daquele rio que passava no meio da floresta não sai da minha cabeça. Assim como o cheiro de café fresco daquela lanchonete na estrada.
Peguei carona com destino igual ao do motorista. Comprei roupas por 5 pratas. Entrei na igreja, fiz uma oração. Tomei um porre e fiquei na calçada. E agora narrando a minha jornada eu me pergunto "Quem é o cara com a caneta na mão?"
Se você quiser conhecer alguém novo, olhe em volta. Mas só eu consigo te fazer rir com o coração. Vou poder dizer: É pra você que fiz essa canção.

Um comentário:

Maria gabriela disse...

Parabéns! Adoro ler os textos. Muitos, se encaixam perfeitamente comigo.