2012/07/01

Dia 1093

Em um bar de Paris eu a observei de longe. Me levantei e fui em sua direção. Perguntei se podia pagar uma bebida e ela aceitou.
- Não sei por que você dispensou o outro cara, mas... Fiquei feliz com isso. Você tem nome?
E ela disse logo em seguida perguntando o meu. Fiz ela soltar parte da sua vida na conversa. E de repente não conseguia parar de olhar para ela.
- As pessoas costumam olhar apenas de onde viemos. Eu, já olho para onde estamos indo.
- E para onde você vai?
- Para onde eu quiser... Quer vir comigo?
- Você é apressado rapaz!
- Se estivesse vendo o que eu vejo, você também estaria.
Havíamos atingido o ponto justo, e aquilo que existia dentro de mim, sem nome ainda, mas flutuando esparso como uma nuvem aos pedaços, concentrou-se de repente, adquiriu forma, nome, e eu estremeci, sem ousar encarar de frente aquela suspeita que se confirmava.

Nenhum comentário: