2012/02/23

Dia 861

Quando eu te dou o meu tempo, eu estou te dando uma porção da minha vida que eu não vou ter novamente. Então não o jogue fora. Não me faça perder tempo. É tudo que tenho agora, consegue entender? E eu tenho pouco, tão pouco que nem sei de amanhã. Quando eu pedir que apareça, por favor venha. Eu lhe imploro que venha. Podemos não ter mais a oportunidade para que eu te peça isso novamente.
Eu vou juntar todas as pessoas que eu tive uma história e vou contar a minha para elas. De uma forma que elas nunca ouviram antes. Que elas nunca viram. Mas também nunca contei.
Eu só queria ter um super-herói agora, que olhasse para mim e disesse que estou salvo. Que vou ter mais tempo. Mas sei que isso não vai acontecer. Por que até meu relógio uma hora vai decidir parar. Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe: Não tenho medo de vivê-la. E o que valeu a pena, o que valeu ter sangrado?
Restringir-se é ignorar a possibilidade de conhecer novos horizontes que a vida nos traz. Eu diria para nunca ser completo.
Mas algumas coisas chegam a ser engraçadas. Por exemplo, eu nunca fumei. Mas hoje leio a advertência no maço, 'Fumar é Prejudicial à Saúde' e penso que mais prejudicial do que o cigarro é a memória. O cigarro não vai comigo, a memória sim. Acho que a única razão de sermos tão apegados em memórias, é que elas não mudam, mesmo que as pessoas tenham mudado. Posso fumar quantos cigarros quiser, não vai ser ele que vai me matar agora. Não mesmo. Ele também não vai ter tempo para isso.
O que nos resta é o aqui, o agora. E cada volta no relógio agora é muito importante pra mim. Troquei meus dias, para ver se ganho mais.
Mas quanto tempo você tem? Tem 5 minutos para mim?

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