2012/02/12

Dia 845

Sabe quantas vezes você vê cenas e queria estar nelas?
A gente tem uns amores perdidos pelo mundo, claro que tem. Mas amor achado, desses encontrados para não perder nunca mais, nem que os passos se percam, é unzinho só. Ela disse que precisava de tempo. Então tirei meu relógio, entreguei a ela e pedi que escolhesse entre eu, ou ele. Eu não tinha muito, mas tudo que tinha era dela.
As pessoas não se apaixonam muito hoje em dia, ninguém mais oferece moletons quando você está molhado. Elas preferem celular, ganhar dinheiro e viver outras experiências. Construir castelos que ninguém mais entra.
Hoje, consigo sustentar uma saudade na base da paulada. Se eu não bato nela, ela me espanca. E assim são os dias.
Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo para o presente. Num amanhã próximo, esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz esse discurso. Esquecerei o hoje mas não significa que o hoje não tem importância.
Tenho frases guardadas, que fiquei de dizer quando houvesse sentido novamente.
Pintava no céu as cores da imaginação. Desenhava nuvens de chuva em espera, guardada para aqueles momentos mágicos de sorrisos que se tocam. Gostavam da chuva, de nuvens e cores e da felicidade boba feita de pequenos momentos eternos. Ninguém desconfiava.
Mas eu amo você. Só queria terminar dizendo isso. Eu amo você. De verdade.

Um comentário:

Má disse...

incrível.... o bom de textos assim, é que cada um interpreta de uma maneira. Gostei da parte que as pessoas só se importam com dinheiro e celulares. Crítica ácida, mas discreta a essa sociedade que só sabe dar valor ao que é luxuoso e grandioso! Parabéns... Lindo como sempre!