2009/12/14

Dia 172

O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece.
Meu problema não é que eu não amo, é que eu amo demais. Não tem duração, só intensidade. Eu amo muito, beiro a loucura, me jogo da ponte, faço cena de ciúmes. E pronto, acabou. Preencheu meu dia, mas não serviu pra mim, vou procurar outro amor pra me distrair e morrer mais sete vezes. Não é assim que deve ser a vida? (Porque eu sou feito pro amor da cabeça aos pés e eu não faço outra coisa do que me doar...). E olha só em que controvérsia me meti: se amo tanto, por que é que eu não me importo? Quando acaba eu nem quero mais saber, pego nojo, finjo que nunca conheci. Se eu realmente amo, por que não tenho sentimentos reais? Eu acho que não amo ninguém. Me amo, só. Eu amo o que eu sou quando me interesso por alguém. Pensar é uma merda. Não nasci pra ter ninguém. Sou minha própria alma gêmea. Dá pra viver assim?
Apesar de toda essa paz, toda essa felicidade, sei que falta alguma coisa dentro de mim. Pedaços faltando dentro são piores que pedaços faltando fora. É como pensar no futuro. Pensar no futuro, eu entro em desespero, porque eu sei que eu não tenho futuro algum, eu nem ao menos tenho sonhos...Não sei o que fazer da vida. Acho que isso sou eu, inteiro e intenso. Isso dói, porra, como dói.
Mas estou te dizendo, para se manter a sanidade às vezes é necessário ser um pouco insano. Vamos ser um pouco, loucos então!

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