2009/12/04

Dia 158

Eu vejo. Eu vejo muita gente igual por ai. Todos eles repetindo um jeito, um bordão, uma mania, um tic, uma idéia. Um estilo secundário, criado pelo primário para seguir em frente e só acabar quando o mesmo criar um novo. Eu tento, mas não vejo um padrão ou uma lógica para que tudo isso aconteça.
É tudo tão irritante, você caminha e vê cenas repetidas de um álbum inacabável. É estar em algum lugar não querendo estar ali. E todos ali presentes, estão curtindo.
Somos todos dementes nesse cenário... Estamos rindo e transando e todo mundo esta vendo e ninguém liga. Ninguém da a mínima para a podridão acontecendo em cada esquina, em cada quarteirão. E ás vezes eu escrevo, tentando achar alguma lógica salpicada nessas palavras, mas nunca tive coragem de reler nada que escrevi. Então sei que não faço parte desse mundo perfeito de lá de fora. Por que lá, tudo está numa linha sincronizada de perfeições. E se eu não ligo para a sequência de palavras que minhas mãos escrevem, como vou saber que o que acabou de sair está no encaixe do eixo perfeito deles?
Mas também não prefiro fechar os olhos e não ver mais nada. Gosto de saber da situação atual e de como estão o rumo das coisas. Por que quando todos apontam seus barquinhos para uma direção, eu aponto meu navio para outro lado. Não sou nada não, só não quero fazer parte de uma maioria sem graça e vazia. Sempre fiquei bem na minoria que se sente bem. Naquela parte das pessoas que sai dessa confusão toda e vai ver o pôr do sol. Mas eu sei, que depois de você piscar umas duas ou três vezes, já vai ter esquecido disso. E talvez, o seu sol seja igual ao de todos os outros.

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