Dia 84

Tudo muda, o tempo todo, á todo instante... Mas depois de tanto tempo de mudança, agente vê que quem mudou fomos nós, por fora e por dentro. Somos únicos por nossos defeitos e não por nossas qualidades. Quando é qualidade, bem, é tudo igual. Todos podemos aprender a fazer uma ótima cadeira. Todos nós podemos aprender a mexer em tal programa de computador. Todos nós podemos desenhar. Mas são as imperfeições que nos tornam únicos. A cadeira que eu posso fazer, pode ter mais tiras de madeira que a sua ou menos, isso vai torná-la um tanto diferente e aos olhos de certos 'alguéns', pode ser imperfeita. Mas foi única, por que não está igual a sua ou de outra pessoa. O programa, se eu executar de outra forma, vou conseguir fazer o mesmo, mas o processo vai ser diferente assim como a gratificação de ter conseguido. Os desenhos, posso reproduzir o mesmo desenho já feito, mas posso ter começado diferente, usado mais linhas para demonstrar os mesmos traços e por ai se segue uma infinita lista de coisas que são iguais porém diferentes.
Nossos defeitos são nossas características mais distintas, que nos faz diferentes, faz humanos. Posso ser discreto, mas diferente e ninguém notará. Mas todos nós, todos nós, sem exceção de alguma forma chamamos atenção.

E a nossa maior depressão é nossa insuficiência de admitir que todos nós fazemos parte do mesmo plano, do mesmo conceito. E até que nos curemos, sempre haverá preconceito, sempre haverá discriminação, sempre haverá violência. Somos iguais-diferentes, diferentes-iguais. Então, pra que ficar olhando o pé do outro sendo que seu pé é tão bonito?!